sexta-feira, 30 de abril de 2010

no mundo dos táxis (III)

«Eu - Bom dia, era para a Avenida de Berna, por favor.
Taxista - Com certeza. Tem algum destino preferido?
Eu - Aquele que me levar mais depressa porque já estou atrasado e esta greve não ajuda em nada.

(...)

Taxista (a gritar) - VAI À MERDA! SAI-ME DA FRENTE, CABRÃO!

(marlon fica apavorado)

Eu - Erm... está tudo bem?
Taxista - Tenho sérios problemas com o tráfego.
Eu - Pois.
Taxista - Desculpe, mas sabe, fico mesmo irritado com bichas.
Eu (rindo-me entre os dentes) - Depende das bichas.
Taxista - Ai, eu odeio-as todas! Sejam elas grandes, pequenas. É que por causa delas atraso-me e não consigo ir para o outro lado.
Eu (soltando uma gargalhada) - Pois, é o problema de muita gente. Não consegue ir para o outro lado. E as bichas às vezes são tramadas com isso.
Taxista - Vê? Concorda comigo. Há uns tempos fiquei parado 3 horas numa bicha enorme!
Eu (rindo-se bastante) - 3 horas? Epá, isso é muito! Eu quando demoro 1 hora e tal já digo que começa a ser muito. Não que me queixe, claro!
Taxista - Ah, mas queixo-me eu! Eu tenho mais que fazer da vida...
Eu - ...meter-se noutras bichas?
Taxista - Não, uma chega-me por dia.

(...)

Eu - Adeus, muito obrigado e resto de bom trabalho. E, olhe, cuidado com as bichas que elas às vezes são chatas.
Taxista - Muito obrigado. E eu que o diga!»

segunda-feira, 26 de abril de 2010

vá, que esta é para ti.

E das batatas fritas.
E das sopas infantis do continente.

Feliz?

(não tentem, não perceberão)

fiz anos,

e tive a melhor prenda de sempre: deixei de ser administrador do meu prédio!

Estou a morrer de felicidade. (claro que também existem outras razões lá pelo meio que me estão a inchar de felicidade, mas deixarei isso para um post posterior.)

terça-feira, 20 de abril de 2010

no mundo dos táxis (II)

«Taxista - Boa noite.
Eu - Boa noite. Estação de Entre Campos, por favor.

(...)

Taxista - Odeio os GPS! Odeio-o tanto. Por mim eram todos queimados. São coisas nojentas, sabia?
Eu - Pois, acredito. Não tenho um porque, erm, bom, não tenho carro.
Taxista - Compreendo. Sabe quem é que me deu este?
Eu - Como deve calcular, não.
Taxista - A minha mãezinha quando ainda era viva. E só o tenho por ela. Se não fosse isso já o tinha partido todo.
Eu (revira os olhos) - Ceeeeerto. Ora, pode-me deixar aqui. Quanto devo?
Taxista - São X euros.
Eu - Muito obrigado. Boa noite e resto de bom trabalho.
Taxista - Muito obrigado.

(marlon sai do carro. taxista estica a cabeça para fora)

Taxista (a gritar) - E NÃO SE ESQUEÇA: NUNCA DEITE FORA O GPS QUE A SUA MÃEZINHA LHE OFERECER!»

no mundo dos táxis (I)

«Taxista - Boa tarde, para onde é que vai?
Eu - Avenida D. Carlos I.

(passado um pouco)

Taxista - Entra, pá!
Ela (de fora do táxi) - Não, espero pelo autocarro.
Taxista - Já te disse para entrares.

(marlon fica um pouco perplexo com a situação)

Ela - Desculpe. Boa tarde.
Eu - Boa tarde.
Taxista - É a minha mulher.
Eu - Ah, vejo.

(marlon volta a ler o livro. mulher sai do carro)

Taxista - É uma filha da puta jeitosa.
Eu (engasga-se) - Pois...
Taxista - Este casamento já deveria ter acabado há muito tempo.
Eu - Sabe que todos os problemas se resolvem, certo?
Taxista -Este não.
Eu - Pois, às vezes as pessoas não querem é resolver os problemas.
Taxista - Tem toda a razão. Mas sabe ela embirra com tudo e muda de personalidade como se não fosse nada.
Eu - Como o percebo...
Taxista - Eu por mim acabava este casamento.
Eu - Sabe, às vezes as pessoas não acabam porque se sentem mais seguras assim.
Taxista - Tem razão.

(marlon volta para o livro. passa mais um pouco de tempo)

Taxista - Desculpe perguntar, mas é casado?
Eu (engasga-se totalmente) - NÃO!
Taxista - Ah, como falava tão amargamente de relações.
Eu - Pois, acabei uma há pouco tempo.
Taxista - Na realidade este é o meu quinto casamento.
Eu - Compreendo. Esta foi a minha quinta relação.
Taxista - Somos parecidos, não acha?
Eu - Erm... sim, pode-se dizer que sim. Ora, fico ali naquele sinal.
Taxista - Aqui?
Eu - Sim, pode ser. Quanto lhe devo?
Taxista - Nada! Fez de meu psicólogo, não paga nada.»



Agora sim compreendo o porquê de a minha irmã ter ido para psicologia. E dizia ela que era pelo prazer de ajudar. Yeah right. Com viagens à borla ainda me pergunto se escolhi o curso certo.

vou mudar este blog.

Devido a acontecimentos recentes, vou criar, a partir de hoje, uma crónica sobre taxistas. Já que é o transporte público que mais utilizo (na realidade já conheço uns quantos taxistas) e como cada um é pior que o outro, achei por bem transpor para aqui.

Hope you like it.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

hoje pensei em criar um twitter.

Depois recebi um e-mail do Paulo Barcelos a dizer que sou um desleixado e que faltei à minha apresentação do meu trabalho. Será que se eu lhe mostrar o meu blog ele me desculpa? Isto sem contar que estive num ENDA, claro. Dizer que me esqueci não basta, certo?

Após isto, achei melhor dedicar-me a coisas mais úteis e largar o twitter para quem tem tempo para uma vida social.

domingo, 18 de abril de 2010

reunião de administração.

Chamei quatro vezes "Cláudio" ao meu vizinho cujo nome é Zé e a minha mãe chamou-me três vezes "Eduardo".

Creio que ambos temos problemas mal resolvidos.

fb.

«Ele 1: ("single")
Ele 2: Que novidade... Nunca tiveste outro estatuto, meu caro!»

OUCH?! C'UM CARALHO, OUCH!!!

i., foge.

Que eu tenho sexsomnia, isto é, sleep sex, já eu sabia. Mas andava eu a ver na wikipédia sobre a minha doença crónica e eis que me deparo com:

«Factors that may increase episodes of sleep sex are alcohol, sleep deprivation or even sleep apnea and other sleep disruptions.»

Ora bem, tendo em conta que ando a beber como o Jorge Palma de tal forma que o meu fígado já deve ter o aspecto de uma bola de golfe e ando sem sexo há algum tempo (e deixei de o ter repentinamente), é caso para dizer: I., coloca-te a pau.

What a poor choice of words, now that I come to think about it.

i don't love you anymore, goodbye.

Já o disse aqui uma vez, mas deixem-me ser mais claro: odeio que acabem comigo desta forma. E, para ser sincero, só começaram a terminar relações comigo assim desde que, erm, eu vi o Closer.

Isto leva-me a pensar que, possivelmente, a Natalie Portman persegue-me. Ela e a sua peruca cor-de-rosa, quão caniche francês dos anos '50. E isto está a tornar-se irritante.

Pior, tenho outra consideração a fazer: por que raio todos os filmes sobre break-ups envolvem personagens que, nitidamente, já não são adolescentes? Isto é, alguém me consegue explicar o porquê de em filmes lamechas todos eles terem 30 e picos anos? É que realmente isto leva-me a crer que chegarei aos 30 anos e ainda andarei a ter relações fugazes e a sofrer que nem um cão. Caniche, para combinar com a peruca da Natalie Portman. Por uma vez na vida, deveriam utilizar actores infantis ou pré-adolescentes nestes filmes. Assim era da forma que pensava que, quando tivesse 30 e tal/40 anos, seria uma pessoa estável emocionalmente.


E eis a foto da Natalie que tanto me incomoda:


(vamos ser sinceros: este foi, possivelmente, o meu pior post neste blog, sem qualquer sentido. na realidade só queria escrever um post para embirrar com a peruca da Natalie Portman. acho que consegui.)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

on the bound.

Um dia disseste que querias ver os meus olhos verdes. Pois ontem tive-os. Não pelas melhores razões é certo. Já não me lembrava, talvez por não o fazer desde os meus 12 anos, mas nestas alturas fico com os olhos verdes. Limpo-os, e consigo ver o esverdeado por entre toda uma penumbra aquosa que os esconde.


Demorei três hora a ver um filme de uma hora e meia porque parava a cada música. Dói-me a barriga de tanto o ter feito. Cada cena do filme, cada objecto que passava, cada cigarro que puxava, cada golo que dava no vinho me fazia lembrar de ti.


E da cozinha em wengue.
E do fogão que instalámos juntos.
E do IRS.
E do teu cinzeiro.
E da palha que fumas.
E do teu decanter.
E dos teus copos.
E do teu frigorífico.
E dos teus lençóis pretos.
E dos lençóis vermelhos.
E do teu duplo edredon.
E de como tu ficavas com a almofada dura para eu poder dormir bem.
E das velas.
E da tua mania de desligares o autocolismo.
E de como tinhas sempre calor.
E de como deixavas um pé de fora dos lençóis para manteres a temperatura
E de eu te ter mudado os canos.
E de como ligavas o PC à televisão para vermos filmes.
E da escolha de computadores.
E da máquina Nespresso que me ias comprar.
E do risotto.
E do frango, aquele primeiro que me fizeste.
E do Casal Garcia.
E das conversas que duravam horas.
E do chuveiro que só tinha 5 minutos de água quente.
E das vezes em que apanhei a roupa porque chovia.
E dos preservativos de chocolate.
E das tostas que me fazias.
E do teu sofá que teimava em perder a coberta.
E de ti.


Ai porra, se me lembrei de ti. De cata traço teu, de cada feição tua, de cada cara que fazia, de cada centímetro do teu corpo. Do quanto gostavas de mim, do quanto eu gostava de ti, de, foda-se, de tudo aquilo que gostava em ti. De como eras o pilar da minha vida.


Fugiste, como todos os outros fizeram. No fim não foste nem mais, nem menos, que todos os outros, que todos aqueles que me fizeram sofrer. Eras diferente. Serás sempre. Contigo via futuro. Futuro esse que me foi tirado debaixo dos pés sem notar, sem poder dizer que gostava ou deixava de gostar. Futuro esse que modificou e que não pude, nem deixaste!, fazer nada para o modificar. Mentira, foste diferente. Por ti fi-lo. Ininterruptamente durante uma hora, até me doer a barriga.


E agora, em casa da Laura, a ver mais um filme deprimente, agarrado a outra garrafa (sim, só assim adormeço), só penso em ti, em ter-te agarrado a mim uma última vez. Em puder ser uno contigo só mais uma vez. Quero-te. Quero-te de uma forma que nunca tive ninguém. E fugiste-me. Yet again.


"Então isto era o início da felicidade. E sempre me ocorreu que existisse mais. E nunca me ocorreu que aquilo não durasse para sempre. Que aquilo era A felicidade."