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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

baby did you forget to take your meds?


Bem-vindos ao meu mundo fabuloso quando tenho 40,2 graus de febre. Imaginem acordarem doridos em tudo o que é santa articulação, músculo, osso, cartilagem (whatever!), suados que nem porcos e verem o coelho do Donnie Darko a pular alegremente no outro canto do vosso quarto enquanto remexe na tralha da vossa secretária.

Reacção natural: gritam histericamente. Contra-reacção natural do coelho: olha para vocês com um olhar maléfico e dirige-se para os vossos excelsos cadáveres putrefactos de gripe. Contra-contra-reacção vossa: escondem-se debaixo dos lençóis. Contra-(ok, vocês já perceberam)-reacção do coelho: fica especado ao pé de vocês, até ao momento em que tiram os lençóis, gritam mais um pouco e recebem uma chapada do coelho. Atiram com um candeeiro. Percebem que afinal é a vossa mãe com paracetamol. Desatam a chorar (e nesta altura não percebem muito bem se é do alívio de, afinal, não estarem mortos e/ou loucos ou pelo simples facto de ela vos ter trazido paracetamol).


Mum, I truly love you. Really.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

hoje tive 40º de febre

e apercebi-me de três coisas:

1 - O mistério da vida é alcançável quando se tem uma febre tão grande;

2 - Brufen não cura tudo;

3 - Fumar já não me dá prazer. Vou deixar de fumar.


Tudo isto, claro, pode ser uma consequência de ter fritado a pipoca.

domingo, 29 de agosto de 2010

once i had a dream (II)

Portanto, todos aqueles que me conhecem sabem bem que tenho sonhos estranhos. Demasiado estranhos que poderão envolver estar num teleférico no meio do oceano e saltar para o meio da água, aterrar numa ilha e comprar uma casa que, na realidade tem uma criança congelada num buraco. Posto isto, acabei de ter um saído de um qualquer filme de série B muito mal realizado. And it goes something like this:

Cena 1 - Tudo começou com uma viagem até um sítio que não conheço conjuntamente com a I. O sítio em questão ficava não muito longe de minha casa no Norte do país. Dormimos numa coisa que pareciam umas paragens de autocarro (mas ligeiramente ao género de barracas) porque ficámos sem dinheiro. Entretanto, no dia seguinte aventurámo-nos pela cidade (?) e decobrimos que ela continuava para lá de um vale. Não chegámos a ir. Pelo caminho encontrámos uma senhora de etnia chinesa já com uma certa idade que era na realidade uma chula de prostitutos/as. Eu e a I. acabámos por nos dar muito bem com ela e com mais três outras raparigas que trabalhavam para ela e fomos a um bar. Bebemos cerveja no canto do bar, com a senhora a pagar-nos a todos, como se não fizessemos outra coisa no mundo. O banco era no canto do bar e era particularmente estranho. Caí para o lado de bêbedo.

Cena 2 - Acordei e estava em casa. A minha mãe mandou-me ir passear a cadela. Fui passeá-la, acompanhado pelo F. que era, supostamente, meu namorado. A zona era estranhíssima, num cenário que parecia ser o Miratejo, misturado com algo que parecia Sete Rios na zona das Twin Towers. Acabei por passeá-la e o F. foi para minha casa mais cedo. Eu estava a dirigir-me à porta de entrada, mas parei um pouco pelo caminho, enquanto descia uma escadaria, porque um casal estava a fazer piadas sobre política. Ri-me um pouco, de tal forma que caí da escadaria. Entretanto, quando me dirigia à entrada, um rapaz, de etnia afro-chinesa (isto pode parecer racismo, mas isto tem tudo um ponto no sonho, prometo!), colocou-me uma pistola à frente dos olhos e pediu-me para passar tudo o que tinha nos bolsos. Eu menti e passei somente o telemóvel nokia 5130 porque sabia que ia ter um brevemente.

Cena 3 - Estava em casa e recebi uma mensagem a dizer “Desculpa tudo isto, mas obrigado pelo telemóvel” no meu 91 e como remetente o meu 96. Percebi que era o ladrão. Perguntei-lhe o nome e chamava-se Ji Hintao (how cliche!). Disse-lhe também que estava um pouco chateado porque nem tinha retirado o cartão SIM e porque nunca tinha sido assaltado (nota: nesta altura a acção centrava-se não em mim, mas no Ji Hintao, enquanto se via o dito cujo a conduzir uma carrinha negra). Deixámos de falar.

Cena 4 - Entretanto, em casa, os meus pais, conjuntamente com o F. que lá estava, a I. e o C., deicidiram ir à rua, depois de ouvirem uma algazarra. Eu fiquei no hall de entrada do prédio, depois de ter percebido que era o Ji Hintao que estava na rua a armar sarilhos. Corri para o meu apartamento, dizendo a todos que aquilo era perigoso. Só me seguiram o C., a I. e o F. Fui à janela e vi o Ji. Com medo, atirei-me para o lado, caindo em cima do C. Este, completamente embaraçado com a situação, decide ir procurar os meus pais. Sai porta fora. Passados uns bons minutos e preocupado com a ausência de todos, ligo o telejornal. Percebi que os três tinham sido raptados e estavam no topo de um telhado.

Cena 5 - Estou no telhado e vou tentar salvá-los. Pego numa semi-automática, parecida com uma pistola-metralhadora, e começo a dispará-la. Percebo que ela está com poucas munições. Entretanto, o Ji atira-me com uma granada que me queima o braço. Consigo desviar a granada, mas quando está no ar explode e acaba por matar o C. e os meus pais. Acabo por matar o Ji e tirar-lhe o telemóvel do bolso. Desmaio.

Cena 6 - Acordo, outra vez, na mesma paragem de autocarro/barraca, ao lado da I. conjuntamente com as outras três raparigas. Levanto-me, com uma ressaca enorme, pensando que tudo tinha sido um sonho. Começo a relatar tudo à I. que me diz que aquilo não era um sonho, mas sim a realidade e que, todos os dias, tenho acordado sempre a achar que tudo tinha sido imaginado. Aparentemente tanto eu como a I. tínhamo-nos tornado prostitutos da senhora velhinha de etnia chinesa. Olho para o meu telemóvel e tenho uma imagem do Ji Hintao como screen saver e que, em rodapé, dizia algo como “Glorioso Benfica” (?). Começa então um diálogo fenomenal, muito a la Kill Bill:


«Ela – Como estás com esta situação toda?
Eu – Mal. Não acredito que isto aconteceu.
Ela – Bom, acabaste por matar o Ji. Ele acabou por não ter o que queria.
Eu – Achas mesmo? Eu fiquei sem algumas das pessoas que mais gosto. Não, o Ji ganhou. Ele teve exactamente o que ele queria. Se ao menos a arma tivesse funcionado... (*levanto-me e começo a andar*)
Ela – Onde vais?
Eu – Vou-me embora. Estou farto disto. (*ao longe vê-se a velhota a sorrir*)
Ela – E para onde vais?
Eu – Não sei, mas quero ir para uma cidade.
Ela – Fica aqui comigo.
Eu – Não, preciso de uns tempos para mim. Um dia destes volto, prometo.»

E terminou comigo a andar por um caminho de cabras passando pelas paragens de autocarro/barracas, enquanto tocava música tradicional chinesa.Vem aí saga, cheiro.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

les amours qui durent font des amants exsangues.

What. are. the. odds?

Depois de ontem* ter passado a madrugada toda a olhar para a tua foto. Depois de ter escrito aqui que o estava a fazer. Depois de ter passado a manhã toda a falar sobre ti. Depois de ter passado o dia todo a ouvir a OST do Les Chansons d'Amour e me imaginava, novamente, a cantá-la contigo, abraçado, e à espera de um comboio para Lisboa naquela estação infernal. Depois de ter pensado, seriamente, em apanhar um expresso para Coimbra ainda naquele dia, sem rumo qualquer, somente para te ver. Depois de, poucos dias antes, ter comentado que, caraças, ainda hoje estou apaixonado por ti. Depois de, já de tarde, após ter visto que não tinha dinheiro, ter voltado a pensar em cometer actos de pura loucura só para te ver, eis que recebo uma mensagem tua. Do nada. Completamente do nada.

«Cheguei agora a Lisboa, dentro em breve ao Chiado. Vai um café?»

Não a vi. Apenas a segunda que dizia: «Cheguei agora ao Chiado. Vou ficar por aqui, logo aqui e no máximo até às 7. Or so.»

Fui a correr ter contigo. Literalmente. E, porra, como estavas bonito. Estive o tempo todo a olhar para ti e a pensar "What are the odds of this happening?". Lembrei-me do que me fez ficar apaixonado a primeira vez por ti. Lembrei-me do teu cheiro que já quase tinha esquecido. Lembrei-me do teu cabelo. Lembrei-me de como sabia bem estar sentado ao teu lado e pensar que aquilo nunca mais terminaria. Lembrei-me do que era sentir borboletas no estômago por ver alguém. Lembrei-me do que era tremer como varas verdes de nervosismo ao ponto de quase parar a digestão. Lembrei-me de como me era impossível estar ao teu lado sem ter o desejo de te agarrar e gritar "Não vás. Fica, por favor!".

Não ficaste. Foste, outra vez, para Coimbra e é por lá que ficarás. Nem seria de outra forma. Mesmo assim ainda fiquei contigo até para lá das 7.

Passaram algumas horas e meteste conversa comigo por mensagem. Admitiste que ainda hoje estás apaixonado por mim, que te arrependes fenomenalmente de não conseguir ter uma relação, que darias tudo para conseguir (onde é que eu já ouvi isto mesmo? oh, wait, já me lembro). Dizes que vir para Lisboa não mudaria nada. Ou que talvez até mudaria. E mudaria muito. E o problema é esse: tu sabe-lo tão bem quanto eu que mudaria.

E, na altura destas mensagens, estava no braço de outra pessoa. Algo mais real, menos fantasioso. Sem qualquer tipo de emoção, contudo. E falta-me isso, admito.


«As-tu déjà aimé
pour la beauté du geste?
As-tu déjà croqué
la pomme à pleine dent?
Pour la saveur du fruit
sa douceur et son zeste
T'es tu perdu souvent?»

Diz-me que ainda te lembras disto e daquela tarde agarrados, na estação de comboios, a cantar isto. Tu eras o Gregoire. Eu o Louis, como sempre o fui para ti. Diz-me que não te esqueceste de todas aquelas vezes em que corrias uma cidade inteira para me ver 10 minutos. Diz-me que ainda te recordas da fantasia, das cartas escritas, dos cigarros fumados nas varandas ao som de Rufus Wainwright, das despedidas em estações, das carícias e das promessas de uma nova visita.

And the thing is: não te esqueceste. Nem eu. E que grande problema temos aqui!


*[Edit: apesar de estar a escrever o post dia 5, uma vez que já passa da meia-noite, façam de conta que ainda é dia 4.]

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

twilight zone III - or "miratejo is a dark place to live" version.

*Marlon sai, às 2 e tal da manhã de casa da Bárbara e começa a dirigir-se para sua*

Pensa: "Por que raio se desligou uma lâmpada enquanto eu passava por ela?... olha, outra! e outra."

*momento em que a Avenida Luís de Camões fica às escuras*

Pensa: "Por estas e por outras é que eu não gosto de Miratejo."

*momento em que ouve uma mulher a gritar estridentemente numa janela duma casa*

*começa a andar mais depressa*

*momento em que alguém atira uma secretária pela janela de um apartamento... do 5º andar*

*começa a andar mais depressa*

*momento em que as luzes da rua piscam como se estivessem numa rave com LSD à mistura*

*quase a chegar a casa*

*momento em que um carro que vai a uma velocidade estonteante derrapa e galga para cima do jardim em que o marlon se encontrava, passando way too near for his standards*

*chega a casa. pensa duas vezes na possibilidade de ir passear a cadela naquele preciso momento, ou ir verificar à net se já estava no dia 21 de Dezembro de 2012*

Pensa: "Como sabe bem viver em Miratejo."


(Passados uns minutos, enquanto passeava a cadela, foi atacado por uma barata voadora gigante que mais se assemelhava a um coelho com asas)

twilight zone II - or "i want candy" version.

- Marlon, esta foto é tua?

- Não. Não é tua?

- Não. Oh Tod, esta foto é tua?

- Não.

- Oh Isabel, de certeza que não é dos teus avós?

- Erm, não.

- E não será do Filipe?

- Não!

*momento em que três estúpidos ficam a olhar para uma foto de uma velha sorridente, sem saberem como apareceu no quarto da Isabel*


(Passados 5 minutos a foto estava no frigorífico da Isabel com um chupa-chupa a sair-lhe da boca e um post-it a dizer "Lollylops [or 'i want candy']".)

twilight zone I - or "put your underpants" version.

- Isabel, que se passa?! Quem está a tocar à porta?!

*Tod dirige-se para as escadas do primeiro andar e começa a descê-las depressa*

- Tod!

- Diz, amor.

- Veste as cuecas.


(20 minutos depois estavam 8 polícias a subir as escadas do prédio da Isabel, a correrem com cacetetes na mão, com um cheiro fétido a álcool à porta).

sábado, 22 de agosto de 2009

não me mintam na cara.

Especialmente se me tiverem dado a vossa palavra em como falavam verdade. Especialmente se forem dos meus melhores amigos e a acção tiver como consequência possíveis problemas políticos/jornalísticos, com base numa brincadeira de crianças. Não admito que o façam, simplesmente. E, depois, não me peçam desculpas com lágrimas de crocodilo, achando que isso vai resolver as coisas. Também a verdade absoluta é aplicável: só mo fazem uma vez.

domingo, 28 de junho de 2009

2009: odisseia na travessia do tejo.

São 16 horas.

Dois cenários. Cenário um: Bernardo na AE à espera do Marlon. Cenário dois: Marlon a dormir na cama, confortavelmente.

Acto 1:
Marlon acorda espavorido com um telefonema do Bernardo. Já deveria estar na AE, mas deixou-se dormir. Marlon despacha-se para apanhar o autocarro das 16h25 que o levará à estação de comboios.

Acto 2:
Marlon apanha o autocarro. Chega à estação. Visualiza pessoas nitidamente chateadas. Pergunta o que se passa. "O comboio nunca mais vem e está atrasado", respondem-lhe. Ouve uma voz. "O comboio com destino a Roma-Areeiro, com partida prevista às 17h04, na linha número 2, circula com um atraso de 30 minutos". Ouve outra vez, que lhe afirma que está atrasado 1 hora. 1 hora e meia. 1 hora e 45 minutos. Marlon desiste e sai da estação.

Acto 3:
Marlon apanha o metro em direcção a Cacilhas para assim puder apanhar o barco. Chega a cacilhas. Apercebe-se que deixou o porta-moedas e a carteira com o cartão multibanco em casa. Volta para casa porque não conseguia apanhar o barco.

Acto 4:
Marlon chega à porta de casa. Apercebe-se que deixou as chaves dentro de casa. Dirige-se à loja da sua mãe. Pede-lhe as chaves. Recebe uma mensagem do Bernardo a perguntar onde está e perguntando a palavra-passe do computador da AE. Marlon não tem rede no telemóvel, sabe-se lá porquê. Não consegue responder. Chega a casa. Pega nas chaves, no porta-moedas, na carteira e leva o PC. Volta à loja da sua mãe para lhe devolver as chaves.

Acto 5:
Marlon apanha, novamente, o metro para Cacilhas. Apanha o barco. Apanha o metro no Cais do Sodré. Chega ao Campo Pequeno. Vislumbra a estação de Entre Campos. Vê um comboio da fertagus a passar em direcção a Roma-Areeiro. Marlon assusta as pessoas à sua volta por pensarem que sofria de Síndrome de Tourette.

Acto 6:
Marlon chega ao cenário 1. São 19h15. Demorou quase três horas para atravessar um rio. Pensa que talvez devesse tirar uma semana de férias.