sexta-feira, 23 de julho de 2010

para recordar (XVI)

Ela (aos berros da cozinha) - Marlon!
Eu (aos berros do WC com o chuveiro ligado) - Siiiimmmm?
Ela - Anda cá.
Eu - Não posso, estou a lavar a casota para dar à L.
Ela - Ok, então eu digo da cozinha. Olha, comprei-te uns boxers!
Eu (ainda aos berros) - Ai sim? E são giros?
Ela (ainda mais aos berros) - Sim, são justos para ficares todo apertadinho aí em baixo.

(*som do chuveiro a cair no chão*)

Ela - Que caiu?
Eu - Neste momento? A minha dignidade.

assustou-se um pouco quando foi à varanda, ao fim de uns bons meses...

... e descobriu que aquilo se tinha tornado num jardim botânico com plantas exóticas que, na realidade, chegam ao tecto e com milhares de outras plantas que impedem a passagem. Só vasos, contou 23.

É o que dá deixar uma mãe à solta durante meses.

para recordar (XV)

Ela - Vá, diz-me a sério, porque precisas de dinheiro? Meteste-te nalguma coisa que não devias?
Eu (com ar chateado) - Ai mãe, já disse que não. Simplesmente tiraram-me o dinheiro de Paris que não estava à espera e fiquei com a conta a descoberto.
Ela (com ar condescendente) - Sabes bem que me podes contar...
Eu (com ar muito sério) - Ok, então eu digo a verdade. Se queres saber ando a vender armamento russo e aquilo deu para o torto.
Ela - Se vendesses armamento russo estarias rico e não a pedir-me dinheiro.
Eu - Tens razão, descobriste-me. Pois a verdade é que ando a traficar marfim da África Subsariana.
Ela - Isso não porque tu gostas demasiado de animais.
Eu (cada vez com menos ideias) - Erm... trafico heroína?
Ela - Por favor... Aí também estarias rico!
Eu (tentando ter piada) - Ok, então a verdade verdadinha, é que eu sou prostituto às noites e estou a dever dinheiro ao meu chulo. E assim se explica o porquê de eu raramente vir dormir a casa.
Ela (rindo-se descontroladamente) - Sim, claro.
Eu (com ar chateado) - Ora, porque te ris?
Ela - Ó filho, tu parvo como és nunca poderias ser prostituto. Esquecias-te sempre de cobrar.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

como é que se sabe quando se tem um "anger management issue"?

Quando se responde a uma pessoa que vos adora algo como "não admito que uma pessoa me dê conselhos de vida, especialmente quando essa pessoa nunca conseguiu ser nada da vida". Acho que fui longe demais com essa.

Adiante, em abono da verdade, estava profunda e profusamente irritado porque estava a pedir dinheiro que é coisa que, desde que me tornei praticamente independente, odeio. Especialmente quando é uma quantia ainda avultada. Não precisei do dinheiro que tinha pedido porque, (e ohmeudeus que com isto me tornei cristão ferrado!) sabe-se lá como, vieram dar-me dinheiro que ainda não me tinham dado do Natal nem dos meus anos. Acabei por conseguir suprimir o valor negativo que tinha no banco e ainda ter quase dinheiro para todas as dívidas.

Voltei a ficar manso.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

está a descobrir que paris até o cansa.

E que isto de estar num Encontro Internacional é muito giro e tal (e, oh, é em Versalhes!), mas porra que ando estafado. Dormir pouco e acordar às 6 da manhã não dá para mim. Bom, não a parte de dormir pouco, apenas a parte de acordar tão cedo. É que, vamos ser sinceros, esta é a hora a que normalmente eu me deito.
Mas fora isso está a ser deveras interessante. Conheci pessoas bastante diferentes, com quem já debati imenso e já me diverti insanamente nos poucos momentos em que conseguimos. E, I., se leres isto, bebi uma Leffe por ti!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

reformulação.

Por ocasião do aniversário do Polaroids and Cigarettes, todo o blog vai ser reformulado, aos poucos. Para já estou a começar pelas etiquetas que espero que se tornem mais fáceis de navegar. Até agora já agrupei todas as crónicas que existiam e pretendo agrupar os posts em grandes temas gerais para assim ser mais simples.

Hope you like it, e vão dando opiniões.

no mundo dos táxis (VIII)

Eu - Boa noite. Era para Corroios, se faz favor.
Taxista - Com certeza. Mas olhe que eu não sei onde isso é.
Eu - Não há problema. Depois de passarmos a ponte eu indico o caminho.

(...)

Taxista - Então e gosta de viver na Margem Sul?
Eu - Sinceramente? Nem por isso. Vivo primordialmente em Lisboa e só vou à Margem Sul dormir, quando vou.
Taxista - Mas vive sozinho?
Eu - Erm... Não. Vivo com a minha mãe.
Taxista - Ah, mas já não tem pai?
Eu - Bom, tenho. Mas estão divorciados.
Taxista - Compreendo. E já são velhos?
Eu - Um pouco. Daqui a pouco batem a bota.
Taxista - Ah, mas isso é óptimo!
Eu - Desculpe?
Taxista - Bom, não é óptimo falecerem, claro. Mas é que, sabe, o meu irmão é dono de uma casa funerária aí na Margem Sul e, bom, assim sendo, olhe, fique com um cartão dele. Nunca se sabe quando poderá vir a dar jeito! Diga que vem da minha parte e ele dá-lhe um desconto. Ele é muito simpático e os preços são em conta. Além disso, como os seus pais já são velhos e como ainda é jovem e acredito que ainda não ganha bem, ambos ficam a lucrar com isto. Mas diga-me, ainda tem avós?
Eu (completamente perplexo) - Erm... erm... erm... tenho somente uma.
Taxista - Ah, é pena. Os meus pêsames. Mas olhe, se só já tem uma e acredito que já deva ser muito velha, também está quase a esticar o pernil. Assim o cartão até lhe dá jeito!
Eu - Erm... erm... erm... obrigado, creio.

(...)

Eu - Ora, então deixe-me aqui. Quanto lhe devo?
Taxista - Ora, são X. Mas como foi simpático não incluo a portagem na conta. Fica por minha conta.
Eu (ri-se) - É um desconto de morte!
Taxista (muito sério) - Desculpe, mas não achei piada. Não se fala assim tão levianamente da morte! É um assunto muito sério! Adeus e boa noite.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Pinturas estágio 3º

A Associação está, pela terceira vez desde que eu lá estou, em pinturas. Sinceramente já estou farto de pintar aquela porcaria. Arre porra que nunca mais acaba. Há sempre algo novo para pintar e, quando não há, constroem-se paredes que, antes de se pintarem, têm de ser lixadas o que dá cabo de um braço e de uma mão a qualquer mortal.

Bom, mas como em todas as pinturas naquela filha-da-mãe de Associação, há sempre uma música que se destaca. Em 2009, foi esta. A primeira vez de 2010 foi esta, muito graças à MC. Agora, temos esta, que, embora eu tente impingir, a L. não deixa porque lhe dá dores de cabeça. Vá-se lá perceber porquê. A I. gosta e isso basta-me.

uh!

Descobri que o número de posts em 2010 neste blog é inferior ao número de directas que já fiz este ano. Número que jamais será revelado.

A ver se mantenho este nível.

I thought I might just write a letter

I string the words together softly


Ponto de exclamação. 3 meses. Exclamativo, exuberante, irracional, ardente, galopante, doentio, irascível. Morte.

I lay my love upon you with each line

Ponto de interrogação. 3 meses. Questionável, distante. Questionou o início da oração. Não teve resposta. Interpelou o fim. Ainda hoje espera réplica.

A gift of improvising

Vírgula. 3 meses. Pausa célere. Diferença de orações. Previsível na continuação da frase.

Removes me from revising

Ponto. 3 meses. Acabou o parágrafo. Rasga a folha. Queima o discurso. Muda. Transforma. Deturpa. Novo pensamento. Renasce. Morre novamente.

I made a daisy chain from
Phrase, verse, and punctuation