Cena 1 - Tudo começou com uma viagem até um sítio que não conheço conjuntamente com a I. O sítio em questão ficava não muito longe de minha casa no Norte do país. Dormimos numa coisa que pareciam umas paragens de autocarro (mas ligeiramente ao género de barracas) porque ficámos sem dinheiro. Entretanto, no dia seguinte aventurámo-nos pela cidade (?) e decobrimos que ela continuava para lá de um vale. Não chegámos a ir. Pelo caminho encontrámos uma senhora de etnia chinesa já com uma certa idade que era na realidade uma chula de prostitutos/as. Eu e a I. acabámos por nos dar muito bem com ela e com mais três outras raparigas que trabalhavam para ela e fomos a um bar. Bebemos cerveja no canto do bar, com a senhora a pagar-nos a todos, como se não fizessemos outra coisa no mundo. O banco era no canto do bar e era particularmente estranho. Caí para o lado de bêbedo.
Cena 2 - Acordei e estava em casa. A minha mãe mandou-me ir passear a cadela. Fui passeá-la, acompanhado pelo F. que era, supostamente, meu namorado. A zona era estranhíssima, num cenário que parecia ser o Miratejo, misturado com algo que parecia Sete Rios na zona das Twin Towers. Acabei por passeá-la e o F. foi para minha casa mais cedo. Eu estava a dirigir-me à porta de entrada, mas parei um pouco pelo caminho, enquanto descia uma escadaria, porque um casal estava a fazer piadas sobre política. Ri-me um pouco, de tal forma que caí da escadaria. Entretanto, quando me dirigia à entrada, um rapaz, de etnia afro-chinesa (isto pode parecer racismo, mas isto tem tudo um ponto no sonho, prometo!), colocou-me uma pistola à frente dos olhos e pediu-me para passar tudo o que tinha nos bolsos. Eu menti e passei somente o telemóvel nokia 5130 porque sabia que ia ter um brevemente.
Cena 3 - Estava em casa e recebi uma mensagem a dizer “Desculpa tudo isto, mas obrigado pelo telemóvel” no meu 91 e como remetente o meu 96. Percebi que era o ladrão. Perguntei-lhe o nome e chamava-se Ji Hintao (how cliche!). Disse-lhe também que estava um pouco chateado porque nem tinha retirado o cartão SIM e porque nunca tinha sido assaltado (nota: nesta altura a acção centrava-se não em mim, mas no Ji Hintao, enquanto se via o dito cujo a conduzir uma carrinha negra). Deixámos de falar.
Cena 4 - Entretanto, em casa, os meus pais, conjuntamente com o F. que lá estava, a I. e o C., deicidiram ir à rua, depois de ouvirem uma algazarra. Eu fiquei no hall de entrada do prédio, depois de ter percebido que era o Ji Hintao que estava na rua a armar sarilhos. Corri para o meu apartamento, dizendo a todos que aquilo era perigoso. Só me seguiram o C., a I. e o F. Fui à janela e vi o Ji. Com medo, atirei-me para o lado, caindo em cima do C. Este, completamente embaraçado com a situação, decide ir procurar os meus pais. Sai porta fora. Passados uns bons minutos e preocupado com a ausência de todos, ligo o telejornal. Percebi que os três tinham sido raptados e estavam no topo de um telhado.
Cena 5 - Estou no telhado e vou tentar salvá-los. Pego numa semi-automática, parecida com uma pistola-metralhadora, e começo a dispará-la. Percebo que ela está com poucas munições. Entretanto, o Ji atira-me com uma granada que me queima o braço. Consigo desviar a granada, mas quando está no ar explode e acaba por matar o C. e os meus pais. Acabo por matar o Ji e tirar-lhe o telemóvel do bolso. Desmaio.
Cena 6 - Acordo, outra vez, na mesma paragem de autocarro/barraca, ao lado da I. conjuntamente com as outras três raparigas. Levanto-me, com uma ressaca enorme, pensando que tudo tinha sido um sonho. Começo a relatar tudo à I. que me diz que aquilo não era um sonho, mas sim a realidade e que, todos os dias, tenho acordado sempre a achar que tudo tinha sido imaginado. Aparentemente tanto eu como a I. tínhamo-nos tornado prostitutos da senhora velhinha de etnia chinesa. Olho para o meu telemóvel e tenho uma imagem do Ji Hintao como screen saver e que, em rodapé, dizia algo como “Glorioso Benfica” (?). Começa então um diálogo fenomenal, muito a la Kill Bill:
«Ela – Como estás com esta situação toda?
Eu – Mal. Não acredito que isto aconteceu.
Ela – Bom, acabaste por matar o Ji. Ele acabou por não ter o que queria.
Eu – Achas mesmo? Eu fiquei sem algumas das pessoas que mais gosto. Não, o Ji ganhou. Ele teve exactamente o que ele queria. Se ao menos a arma tivesse funcionado... (*levanto-me e começo a andar*)
Ela – Onde vais?
Eu – Vou-me embora. Estou farto disto. (*ao longe vê-se a velhota a sorrir*)
Ela – E para onde vais?
Eu – Não sei, mas quero ir para uma cidade.
Ela – Fica aqui comigo.
Eu – Não, preciso de uns tempos para mim. Um dia destes volto, prometo.»
E terminou comigo a andar por um caminho de cabras passando pelas paragens de autocarro/barracas, enquanto tocava música tradicional chinesa.Vem aí saga, cheiro.