Eu - Boa noite.
Taxista - Boa noite.
Eu - Era para, erm... olhe, leve-me para a Rua Sampaio Bruno, por favor.
Taxista - Tudo bem.
Eu - (*recebe um telefonema da L.) Então, tudo bem?
Taxista - (*não se apercebendo que eu estava ao telefone*) Bom, já tive dias melhores. E o senhor?
Eu - (*ainda ao telefone*) Olha, não sei. Mal, acho eu.
Taxista - Então, mas passa-se algo?
Eu - (*telefone*) Oh, sei lá, foi tudo tão rápido, tão inesperado. Sinceramente não estava mesmo nada à espera.
Taxista - Mas... quer falar?
Eu - (*telefone*) Oh sei lá. Só sei que fiquei completamente perplexo. Epá, podia-me ter dito muitas coisas: que estava farto de mim, que não aguentava com a vida que levo, que gostava de outra pessoa. Mas dizer-me que já não gostava de mim? Toda a gente diria que era ao contrário, no máximo. Não estava mesmo nada à espera disto dele.
Taxista - Dele? Ah, portanto, é "desses". Bom, eu não julgo. Sabe, eu tenho uma filha que também é...
Eu - (*telefone*) Pois está claro, mas estavas à espera do quê? Não se via logo?
Taxista - Bom, agora que fala nisso até se repara um bocadinho. Não que queira ofender, claro.
Eu - (*telefone*) Espera aí querida (*retira o telefone e fala para o taxista*) Ouça, eu não sei como lhe hei-de dizer isto de uma forma simpática mas, bom, eu não estava a falar consigo. Estava ao telefone.
Taxista - Ah. Pois. Desculpe...
Eu - (*volta a falar para o telefone*) Onde estávamos mesmo?
quarta-feira, 16 de junho de 2010
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2 instantâneas:
Tu um dia vais escrever isso num livro e publicá-lo.
Já estou a ver: "Contos de um passageiro frequente".
Que tal?
Parece-me um óptimo título para um livro merdoso.
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