quarta-feira, 16 de junho de 2010

blogs (II) (or "happy birthday to polaroids and cigarettes" version).

Abri este blog fez ontem 1 ano com uma música de beirut, nomeadamente a elephant gun. Para comemorar, lanço aqui outra música:




(só mesmo para continuar na onda de músicas optimistas para isto não ser um blog deprimente)

blogs.

As pessoas (por "pessoas" entendam-se génios super entendidos que vêm falar para a televisão e cujos fatos comprados na Armani nunca conjugam com as gravatas) costumam dizer que os blogs só têm razão de ser e importância para quem o escreve.

Gosto de pensar que é ao contrário. Até ver, claro.

no mundo dos táxis (VII)

Eu - Boa noite.
Taxista - Boa noite.
Eu - Era para, erm... olhe, leve-me para a Rua Sampaio Bruno, por favor.
Taxista - Tudo bem.
Eu - (*recebe um telefonema da L.) Então, tudo bem?
Taxista - (*não se apercebendo que eu estava ao telefone*) Bom, já tive dias melhores. E o senhor?
Eu - (*ainda ao telefone*) Olha, não sei. Mal, acho eu.
Taxista - Então, mas passa-se algo?
Eu - (*telefone*) Oh, sei lá, foi tudo tão rápido, tão inesperado. Sinceramente não estava mesmo nada à espera.
Taxista - Mas... quer falar?
Eu - (*telefone*) Oh sei lá. Só sei que fiquei completamente perplexo. Epá, podia-me ter dito muitas coisas: que estava farto de mim, que não aguentava com a vida que levo, que gostava de outra pessoa. Mas dizer-me que já não gostava de mim? Toda a gente diria que era ao contrário, no máximo. Não estava mesmo nada à espera disto dele.
Taxista - Dele? Ah, portanto, é "desses". Bom, eu não julgo. Sabe, eu tenho uma filha que também é...
Eu - (*telefone*) Pois está claro, mas estavas à espera do quê? Não se via logo?
Taxista - Bom, agora que fala nisso até se repara um bocadinho. Não que queira ofender, claro.
Eu - (*telefone*) Espera aí querida (*retira o telefone e fala para o taxista*) Ouça, eu não sei como lhe hei-de dizer isto de uma forma simpática mas, bom, eu não estava a falar consigo. Estava ao telefone.
Taxista - Ah. Pois. Desculpe...
Eu - (*volta a falar para o telefone*) Onde estávamos mesmo?

terça-feira, 8 de junho de 2010

strange among humans (II).

(no autocarro, a caminho do comboio)

Ela 1 - Olá querida, está boa?
Ela 2 - Olá! Há tanto tempo... que é feito?
Ela 1 - Nada de especial. Trabalho, trabalho, casa, casa, marido, marido.
Ela 2 - Como eu a compreendo. Olhe, acabei com o #$%&$#.
Ela 1 (nitidamente embaraçada) - Então mas porquê? Ele era bastante simpático até.
Ela 2 - Traiu-me.
Ela 1 (ainda mais embaraçada) - Então mas como soube isso?
Ela 2 - Telefonaram-me, por chamada anónima.
Ela 1 (quase a gaguejar) - E sabe quem foi a galdéria?
Ela 2 - Não. Apenas disseram que me traia. Confrontei-o e ele admitiu, mas não me disse quem foi.
Ela 1 - Se calhar é melhor assim. Agora é esquecer e avançar na vida.
Ela 2 - Sim, tem toda a razão.

(*momento de pausa*)

Ela 1 - Então e o ...
Ela 2 (interrompe) - ... Eu sei que foste tu que o andaste a comer, cabra.

há várias coisas que me aborrecem, nomeadamente:

1 - Deixar de se falar da Maddie.
Mas porquê? Para onde foi o drama? Aquilo era demasiado bom. É que nem a Agatha Christie escreveria um policial tão bom.

2 - Não ter sido a música do Pingo Doce como música para o Festival da Eurovisão.
É que era desta que ganhávamos.

3 - Ter-se deixado de falar da possibilidade da Lady Gaga ser hermafrodita.
Das duas uma: ou ela tem duas genitálias ou então não percebo aquele nariz dela combinado com aquele cabelo.

4 - E o Bibi, ainda é vivo?
Olha que ele já não caminha para novo.

5 - Não perceber o porquê dos medicamentos terem sempre nomes demasiado estranhos.
Ben-u-ron? Really? Já agora Nicolau II, ou não? Não seria mais simplesmente chamá-lo "comprimido que tira a febre e, eventualmente, algumas dores e no caso específico do Marlon permite alucinações com coelhos em cima de professores de estatística ou do Monstro das Bolachas em plenos seminários".

6 - Não ouvir nenhum escândalo do Sócrates.
É que repare-se: é isso, ou ouvir que vamos todos morrer com Kwashiorkor devido à subnutrição. Valha-nos a malária que os gregos têm para além de nós.

7 - Continuar sem perceber o que é Ecologia Humana ao fim de um semestre sobre isso.
Mantenho-me que é a capacidade de usar bosta humana para mover carros.

8 - Ainda hoje não conseguir pronunciar Eyja*qualquer coisa*kull.
Também conhecido por filho-da-puta-do-vulcão-que-decidiu-produzir-cinzas-quão-modalidade-olímpica-de-traques-e-que-paralisou-a-merda-do-espaço-aéreo-europeu.

9 - Deixar de saber onde anda o Bush.
Perdeu-se um grande Presidente dos E.U.A. com capacidades metafóricas tão boas como "why can't men and fish coexist peacefully?". Isto é de homem que sabe o que diz.

10 - Deixar de ver o aspecto degradante da Britney Spears e a sua vagina.
O mundo precisa de saber que alguém fica com pior aspecto que ele quando decide ir sair para o Bairro/Trumps/Meter-se nos portos tónicos até cair para o lado.